A equipe da Secretaria de Igualdade Racial e da Mulher do município de Cavalcante, reuniu autoridades e representantes de instituições parceiras para uma roda de conversa referente ao dia Nacional de Tereza de Benguela e o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrados no dia 25 de julho. O debate girou em torno do tema “O Protagonismo da Mulher Negra” onde o grupo refletiu sobre os movimentos de mulheres negras que lutam juntas por mais direitos, educação, saúde, assistência social, moradia digna e trabalho decente.

Para construir a conversa em volta do tema, os envolvidos se inspiraram na história de Tereza de Benguela, a líder do quilombo Quariterê. Considerada a Rainha do Quilombo, Tereza de Benguela viveu no século XVIII e conquistou o título após a morte de seu marido José Piolho. Através de sua gestão, os quilombolas resistiram a escravidão por duas décadas até 1770, quando o quilombo foi destruído pelas forças do governador da capitania do Mato Grosso, Luiz Pinto de Souza Coutinho.

A data é um marco na luta contra o racismo e uma oportunidade para trazer este tema à tona, pois os dados sobre violência e desigualdade demonstram a realidade que atinge massivamente a população negra, principalmente mulheres. De acordo com associação de Mulheres Afro, na América Latina e no Caribe, 200 milhões de pessoas (54% da população) se identificam como negras. E tanto no Brasil quanto fora, esse grupo é o que mais sofre com as desigualdades socioeconômicas e raciais.

Os dados também mostram que mulheres negras estão no topo da cadeia de vulnerabilidade. Quando há uma violência contra a mulher, a vítima é negra em mais da metade dos casos. As mulheres negras são discriminadas em diversos setores. No mercado de trabalho, estão expostas a condições precárias de emprego, baixa remuneração, diferença desigual de salários, exploração da mão de obra e assédio moral e sexual, em razão da herança cultural racista e escravocrata.

Assim, a data que foi sancionada pela Lei nº 12.987/2014 celebra a resistência das mulheres negras e fortalece a emancipação e autonomia diante das lutas cotidianas contra a opressão de gênero e étnico-racial. A valorização da identidade negra e da cultura afro-brasileira e o combate ao racismo e sexismo.